quinta-feira, 2 de junho de 2016

WUSHU


(Tradução: Arte\habilidade de Guerra)

(Este texto é muito critico, não é de minha autoria, mas tem vários pontos interessantes de se observar. Respeito á todos os que ensinam, não cabe a min Julgar ninguém. 
Obrigado).

Primeiramente o interessado deve entender que, no que diz respeito às artes marciais Chinesas, as “aparências” enganam, e enganam muito. Inicialmente não se impressione com uniformes de seda (que mais parecem grandes pijamas em minha opinião) – os mesmos não significam que a pessoa que os veste tem ou não habilidade – sim, porque para a pessoa que esta realmente interessada em iniciar sua jornada através das AMC, o termo mais importante é “habilidade marcial”.  Entenda bem, caro leitor, que o objetivo máximo da prática das AMC sempre foi à obtenção de eficiência, habilidade marcial.
“Desenvolvimento espiritual”, “aumento da flexibilidade”, “melhoria da saúde” e outros pontos são somente efeitos colaterais da prática para a obtenção de eficiência marcial (ha outros artigos neste website que tratam deste tópico). Não quero dizer que estes tais “efeitos colaterais” não possam ser o objetivo do estudante de AMC, mas deve-se entender que estes “objetivos secundários” estão disponíveis somente como efeitos do treinamento para aquisição de eficiência marcial, ou seja, eles vão acontecer em decorrência do treino marcial: isto significa que o espírito será desenvolvido através de práticas marciais, o aumento da flexibilidade será alcançado também através de exercícios que tem como finalidade maior à aquisição de habilidade marcial, e assim por diante. Desde que se entenda que estes não são objetivos principais das AMC (e sim secundários), não ha problemas. Os problemas começam quando os objetivos secundários tornam-se objetivos principais, ou seja, quando uma pessoa (por exemplo) tem a idéia de iniciar a prática de AMC para desenvolver-se espiritualmente, porém não esta disposta a promover este desenvolvimento a partir de práticas marciais. Sendo assim, é de suma importância que o interessado primeiramente entenda a natureza das AMC e pergunte a si mesmo se está disposto a trilhar este caminho. Deve-se também entender que no caso do interessado buscar “práticas espirituais”, ha diversas disciplinas disponíveis para estudo e pesquisa, tais como: yoga, meditação etc, e estas são práticas que tem o desenvolvimento espiritual como objetivo principal. Que fique claro então que o objetivo principal e máximo das AMC é a obtenção de habilidade marcial.

Pressupondo que o leitor continua interessado, vou enumerar os elementos que não tem a mínima importância ao procurar-se um professor ou academia para estudo:
·       Não se impressione com uniformes bonitos ou academias bem equipadas. Nada disso é garantia de eficiência marcial, e é isto que você deve buscar.
·       Não se impressione com diplomas nas paredes – eles não significam absolutamente nada. Na AMC tradicional não existem diplomas. Mais uma vez, diploma não é indicador de absolutamente nada. Além do mais, que valida o diploma? Algum mestre famoso? E quem valida o diploma do tal “mestre”? A única coisa que valida ou não um professor é a eficiência marcial.
·       O professor tem sobrenome famoso? É filho de alguém famoso? Não se impressione. Nome não ganha luta e, por muitas vezes, ser famoso e ser habilidoso são duas coisas absolutamente diferentes. Se ser famoso fosse garantia de habilidade marcial, Silvio Santos seria um dos maiores “mestres” do Brasil.
·       Títulos – servem para absolutamente nada.”Mestre”? “Grão-Mestre”? “Shifu”? Não se impressione! Os que se apóiam em títulos, por muitas vezes, estão compensando por falta de habilidade. Os maiores praticantes que conheci em minha vida, os mais habilidosos, não dão a mínima importância para títulos. Não de você também, porque realmente eles não importam em nada.
·       Muitos alunos na academia? 100? 200? 300? 1000? Pouco ou nada diz sobre habilidade marcial. Pior, pode demonstrar que a AMC é encarada como puro comércio.
·       O professor é Chinês? Isto não quer dizer que ele tenha habilidade marcial, já que ser Chinês não é garantia de nada. Os Chineses, como nós, precisam treinar por anos a fio, sob a tutela de um professor qualificado, para que possam ter eficiência marcial. Não se iluda com algum oriental que colocou uma roupa de seda, deu dois gritos estranhos e se intitula mestre.


Leia agora o que é realmente importante em um professor ou academia:
Habilidade marcial – trocando em miúdos, o professo deve ser bom, deve ser eficiente marcialmente. Não adianta ser “bom de porrada”, “casca grossa” ou “lutador”. Veja bem, leitor, que você não procura somente alguém com habilidade marcial, e sim alguém com habilidade marcial dentro da arte marcial que você escolheu. Imagine um professor de Jiu-jitsu que, ao lutar, somente é capaz de usar box, ou um lutador de boxe-tailandes que ao lutar só utiliza Jiu-jitsu? Impensável, não é? Mas acontece em grande escala no universo das AMC. O professor proclama que ensina uma determinada arte marcial, ensina todas as formas, exercícios específicos etc, mas quando luta, utiliza uma pobre mistura de box e full-contact. Se esta for à situação, fuja imediatamente, vá embora, não se de ao trabalho de olhar para trás. Aquele que proclama ser professor de uma determinada arte marcial, deve ser capaz de expressar fisicamente os conceitos ou técnicas sobre os (as) quais a arte marcial é desenvolvida, ou seja, quando “sair na mão” deve estar apto a utilizar o que ensina.
Cultura marcial. Infelizmente a maioria dos que ensinam AMC não tem, em minha opinião, cultura sobre as próprias AMC em si. Muitos acham que realmente sabem alguma coisa, escrevem artigos, fazem propaganda – é fácil enganar a si mesmo e ao próximo, mas a verdade é que falta muita cultura marcial.
_Moralidade. Grande eficiência marcial vem junto a uma grande responsabilidade. A prática das artes marciais tem como um de seus objetivos o desenvolvimento do indivíduo como pessoa, e juntamente as práticas marciais em si, são passados, de geração a geração, valores morais. É um ponto importantíssimo a ser considerado quando a procura de um professor.
Fonte: (Texto original de Tadzio Goldgewicht).





2 comentários: